quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Anestesiologista condenado a 6 meses de prisão por pesquisa falsa!



O anestesiologista Scott Reuben foi condenado em Boston, Massachusetts, a 6 meses de prisão por falsificar uma pesquisa envolvendo celecoxib (Celbrex, Pfizer) e rofecoxib (Vioxx, Merck).
Os resultados dessas "pesquisas" forma, é claro, a favor da associação dos dois medicamentos à outros medicamentos na analgesia multimodal.
Além disso o "pesquisador" perderá U$ 50.000 dos seus bens, pagará uma multa de $5.000 e deverá restituir para as empresas farmacêuticas que financiaram a pesquisa U$ 361.932 incluindo U$ 295.557 para a Pfizer.
A Pfizer pagou o Dr. Reuben para que fizesse um estudo clínico sobre o uso perioperatório do celecoxib, como parte da analgesia multimodal em pacientes ambulatoriais submetidos à Videoartroscopia + LCA.
A pesquisa foi publicada em dois artigos no Anesthesia & Analgesia. Além disso ele fez palestras sobre o tema em inúmeros encontros científicos.
Inicialmente ele foi condenado à 10 anos. Porém seus advogados alegaram que um distúrbio bipolar não diagnosticado tenha "turbinado" sua ação (ou crime) bem como contribuído para tentativas múltiplas tentativas suicídio.
Como se sabe, em 2004, a Merck retirou do mercado "espontaneamente"  o rofecoxib após entender que o analgésico poderia causar infartos, AVC e outros eventos cardiovasculares.
O celecoxib, a exemplos de outros AINES, trás na sua bula um aviso sobre os potenciais efeitos colaterais do medicamento tanto cardiovasculares quanto sobre o sistema digestivo. Porém para uso na dor aguda o seu uso está liberado (desde que por tempo limitado 1 a 2 dias).
Segundo a advogado do Dr. Reuben "Esta doença não justifica o seu comportamento, mas propicia uma explicação para que se entenda sua motivação". Até parece episódio de Law & Order
Vejam que a Anesthesia & Analgesia, com seu corpo de editores da melhor qualidade, uma das revistas top da anestesia (AA), aceitou os dois artigos desse autor. Como as publicações científicas tendem a publicar resultados positivos nada de novo no front.
O que nos (me) preocupa réles leitor de periódicos científicos é a veracidade dos fatos citados no artigo. Claro que para isso temos a Medicina Baseada em Evidências, mas nem ela é capaz de detectar fraudes desse tipo. A não ser é claro, que solicitem todo o material de pesquisa.
Abraços,
Lorenzini
P.S.: Para os anestesiologistas um cítio muito bacana, de onde extraí essa notícia é o Medscape Medical News. É grátis e pode ser visualizado até do telefone celular. É só se associar e você recebe as notícias no seu e-mail.
Cítio: http://www.medscape.com

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